Secretaria dialoga com gestores municipais sobre Educação Escolar Quilombola

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Com a finalidade de discutir a implementação das diretrizes da Educação Escolar Quilombola na Bahia, cerca de 300 gestores municipais participaram, nesta sexta-feira (10), no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador, do encontro Educação Escolar Quilombola – História, Cultura e Políticas Educacionais. O evento, promovido pela Secretaria da Educação do Estado e que faz parte da programação de ações voltadas para o Novembro Negro, contou com a presença do secretário da Educação do Estado, Walter Pinheiro.

De acordo com o secretário Walter Pinheiro, as discussões sobre a temática são essenciais para a Educação. “Estes seminários são importantes para a Secretaria ir diagnosticando e enxergando quais são as suas lacunas, as ausências que ao longo do tempo foram se estabelecendo na Educação Quilombola. A gente, com isso, também vai compreendendo qual é o nosso dever e obrigação e como é que nós temos que trabalhar em todas as frentes para a Educação da Bahia, discutindo e compreendendo o território, a cultura, a identidade e o conteúdo que tem que vir exatamente das bases, desse conjunto de debates e da identificação, para que, de uma certa forma, se tire este contexto de entregar pacotes prontos e elaborados”.

Segundo a coordenadora de Educação do Campo e Quilombola da Secretaria da Educação do Estado, Givandete Evangelista, o encontro é necessário para ampliação da discussão da oferta de uma educação a partir da ancestralidade e da cultura dos povos quilombolas. “A Bahia já tem algumas conquistas nesta caminhada, como as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação Escolar Quilombola. Hoje, estamos aprofundando o nosso conhecimento referente a essas diretrizes para pensarmos coletivamente em propostas para efetivar a Educação Escolar Quilombola nas comunidades, pois nós temos na Bahia mais de 700 comunidades quilombolas reconhecidas e certificadas, que precisam de uma atenção diferenciada”, destaca.

A secretária municipal de Educação de Central, Claudia Bruno da Silva, afirma que as discussões sobre as diretrizes são esclarecedoras. “O nosso município possui escolas quilombolas e ainda não foram implantadas as diretrizes curriculares para esta modalidade. Esperamos trazer à luz da Educação de qualidade, a possibilidade de romper com a invisibilidade dos nossos alunos e comunidades quilombolas para a afirmação da identidade e para o desenvolvimento do pertencimento”.

Já o secretário municipal de Educação de Bom Jesus da Lapa, Luiz Ricardo Braga, também fala sobre a importância do debate. “Traçar a questão da história e o fortalecimento da resistência negra no Brasil tem sido muito difícil e a materialização de um currículo escolar que dê conta da especificidade da Educação Quilombola é um desafio. Por isso, nós estamos atentos à implantação destas políticas públicas”, afirmou.